Templos Guaracy

Quando pensamos em um Templo Umbandista no exterior, a primeira coisa que nos vem à mente é como uma tradição culturalmente complexa, como é a cultura afro-ameríndia-brasileira, pode comungar com outros modelos culturais sem perder sua originalidade e sem violar a essência de outros povos. Afora o preconceito, a que este tema nos impele, é no mínimo curioso imaginar um Preto Velho incorporado em um médium Europeu, ou um Baiano em um Médium Norte – Americano, falando português com a “ginga” característica.

Do ponto de vista espiritual, a conexão com a Luz Primordial acontece num nível que transcende qualquer tipo de restrição cultural. Apesar dos rituais serem característicos de uma determinada tradição ou época, suas influências não invalidam os valores culturais pré- existentes. É comum aos povos com cultura milenar, compreenderem e facilmente se inteirarem com ritos milenares. Portanto, cantar e dançar para a Natureza nunca foi um privilégio exclusivo de brasileiros e africanos. As nações indígenas Norte – Americanas há muito cultuam seus antepassados de maneira extraordinariamente digna. Seus rituais Sagrados, profundos e sutis, formataram em nossa Consciência o Amor pela Terra.

Embora a implantação do Templo Guaracy em outros países possa representar uma expansão política da Umbanda, essa, nunca foi a pretensão consciente da diretoria. O fenômeno vem ocorrendo naturalmente e dentro das exigências legais e ritualísticas. O Templo Guaracy do Brasil, responsável pela coordenação filosófica, não se furta ao direito de orientar e, se preciso for, coibir qualquer ato contrário aos princípios éticos publicados, em 02 de agosto de 1973, e amplamente difundidos.

O corpo mediúnico de cada Templo é constituído por Médiuns Atendentes, Médiuns Cambonos, Ogãs de Atabaques, Ogãs de sala, Ekédes, Iyabacés e Coordenadores (as), iniciados e ordenados no Brasil. Os atendimentos públicos são realizados em Giras (cerimônia ritualística) semanais. Além das reuniões ritualísticas, os Templos desenvolvem pesquisas nas diferentes áreas do desenvolvimento humano. Os estudos e pesquisas não visam a explicação de fenômenos espirituais, apenas contribuem para o entendimento dos seus efeitos sobre o comportamento psíquico social, individual e coletivo. O grande número de membros, qualificados nas áreas da Psicologia, Sociologia, Antropologia, História, etc., possibilita o aprofundamento das pesquisas elevando os estudos ao nível acadêmico.